sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Questão de hábito

Hoje eu estava lendo uns arquivos que me foram enviados para renderem idéias e informações na empresa onde faço comunicação interna e eis que me deparo com um artigo muito interessante de um cara chamado André Trigueiro, que é jornalista e pós-graduado em meio ambiente.
O texto fala sobre a ’polêmica’ das sacolinhas de plástico dos supermercados. Aqui em casa mesmo, quando o boom da sacolamania estourou, eu ouvi a pergunta “Mas onde iremos colocar o lixo agora?” Ou seja, a sacolinha já vem para a casa com destino certo, o lixo!
O boom das sacolas ou bolsas de algodão ou sintéticas foi no inicio do ano. Associações comerciais, supermercados, empresas de cosméticos e até postos de gasolina lançaram modelos para todos os gostos para que as pessoas largassem mão da sacolinha plástica do supermercado. “Aii a sacola é linda!” “Já comprei duas!” e por ai foi, todo mundo querendo e adquirindo uma sacola para ir às compras. Eu, até hoje, nunca vi ninguém fazendo compras com uma bolsa dessas e dispensando as sacolinhas plásticas do supermercado.
Às vezes vou ao supermercado com minhas bolsas de algodão. Tenho duas. Todo mundo me olha como se eu fosse uma ‘monstra’. As mocinhas do caixa me perguntam se, antes de colocar na minha bolsa eu não desejo colocar os produtos na sacolinha do supermercado. Aí eu pergunto: a tal campanha da sacolamania não deveria começar a conscientização pelos mercados? Então, cadê a conscientização sobre o assunto das pessoas que trabalham nos supermercados e que deveriam ser divulgadoras e incentivadoras da substituição da sacola plástica pela "bolsa retornável"?
Não existe um plano de ação (termo muito utilizado na empresa) para os projetos idealizados no Brasil. Por aqui NADA nunca dá 100% certo. Tem-se a idéia, lançam a campanha e pronto, acreditam que a população vai absorver tudo por osmose. Ou simplesmente não se importam tanto assim e o pouco já é muito.
O texto do André diz que o Brasil produz 210 mil toneladas anuais de plástico filme (a matéria-prima das sacolinhas de supermercado é o plástico filme, produzido a partir do polietileno que demora 500 anos para se decompor) que já representa 9,7% de todo o lixo do país.
Isso já basta para evitarmos as sacolinhas, não é? Ou no mínimo para economizarmos na hora de levar as sacolinhas para a casa. Ninguém vai morrer se colocar o pão, o queijo e a margarina numa mesma sacolinha, não é mesmo?
Enquanto isso, a gente pode ir brigando por uma legislação que preserve mais o meio ambiente e exija mais consciência por parte de comerciantes e consumidores, além é claro, de colaborar com o meio ambiente e se conscientizar sempre.
Num final de semana à noite resolvemos comprar comida (comida de verdade) já que estávamos sem almoçar. Com criança pequena e terrível como o meu Otávio é melhor pensar muito bem antes de arriscar um restaurante. Pedimos um ‘à parmegiana’ delicioso para a viagem. A comida estava uma delicia, mas fiquei com um peso enorme na consciência pela quantidade de embalagens desnecessárias que veio junto com ela. Era uma embalagem de papelão para as fritas, uma embalagem de papelão para o arroz, uma para a carne e uma para a salada, além disso, todas vinham dentro de embalagens de alumínio. Já avisei o Fábio que da próxima vez ou a gente come lá ou pede a comida sem as embalagens de papelão! Outro absurdo de desperdício é na farmácia. Já não basta eu, colaborando negativamente com o meio ambiente com fraldas descartáveis. Toda semana, quando vamos comprar fraldas na farmácia o cara do caixa enfia o pacotão em uma sacolona plástica onde caberiam mais umas três ou quatro embalagens. Fica mais difícil levar a sacola do que sair com o pacote na mão.
Depois de toda essa reflexão sobre coisas absurdas do meu dia a dia em relação ao lixo que produzimos estou decidida a mudar alguns hábitos. Pense nisso, é tudo uma questão de hábito!

Um comentário:

Alex Contin disse...

Oi!

Sinceramente? Acho que o governo ainda não está nem aí para o assunto. As Ecobags viraram moda e tomaram estilos e cores variadas. O que era para ser essencial e barato virou caro e destinado a uma classe social elevada, e olha lá. Até a Editora Abril lançou suas bolsas, recebemos duas aqui em casa. Até que são bonitas. Vêm com a seguinte frase: "Preservar o planeta é de nossa natureza".

Natureza de quem? Que homem é esse que precisa preservar a natureza? Aqui cabe aquele velho ditado: só vão agir quando a água bater na bunda! Infelizmente é isso. Limeira, assim como Rio Claro e várias cidades do interior paulista não enfrentam os grandes problemas que São Paulo tem na época das grandes chuvas. Sejamos justos. Pelo menos em Limeira o Mercado Municipal e outros pontos se alagam as vezes. Mas e daí? Até isso parece não bastar para as pessoas colocarem a mão na consciência.

Eu ainda não eliminei 100% as sacolinhas da minha vida, mas tento fazer minha parte. Sempre que estou de mochila ou alguma outra sacola na mão peço ao vendedor para não me dar uma nova sacola. Um dia foi até engraçado. Uma mulher disse ao ver que recusei a sacola: "Vamos preservar o planeta né?" Dei risada e respondi: "estamos precisando...".

Mais duas coisas. Colando um trecho do seu post:

"O texto do Tiago diz que o Brasil produz 210 mil toneladas anuais de plástico filme (a matéria-prima das sacolinhas de supermercado é o plástico filme, produzido a partir do polietileno que demora 500 anos para se decompor) que já representa 9,7% de todo o lixo do país."

Tiago? Em quem você estava pensando ao escrever o post? ¬¬

O André Trigueiro é autor do livro Mundo Sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação. Publicado pela Editora Globo é uma ótima leitura e recomendo já que você quer mudar seus hábitos. Tenho ele aqui em casa se um dia quiser. E segredo: foi ele quem me deu algumas informações interessantes para a matéria do Estadão! hauhauhaua

Grande bjo!

PS: Li alguns outros posts, mas resolvi comentar só nesse ok.
Obrigado pelo comentário no meu brógui!