Ostra feliz não faz pérola. Esse é o título de um livro de
contos do Rubem Alves. Uma amiga postou a pouco na rede social uma mensagem
explicando como é que as ostras produzem pérolas. “A pérola é uma ferida
cicatrizada”. Essa ideia é linda!
As pérolas são
resultantes da dor. Qualquer substância que adentre a ostra faz com que a
substância lustrosa que há em seu interior trabalhe para cobrir essa substância
indesejada e assim é produzida a pérola. Uma ostra que não é ferida não produz
pérolas, assim é o título do livro de Alves “Ostra feliz não faz pérola”.
O que isso tem
haver com a gente? Absolutamente tudo. Tirem-me o sofrimento e não serei nada.
Calma, sem drama pois, tudo depende do ponto de vista. Depois que eu
descobri que a sorte é apenas uma questão de ponto de vista ficou tudo mais
claro. Não foi decepcionante e nem o suficiente para que eu começasse a
enxergar a vida do ponto de vista do azar.
Gosto de dizer que o sofrimento traz beleza. Pura verdade!
Quer beleza mais estonteante que a beleza interior? Quando você consegue ver as
coisas ruins que acontecem da perspectiva da sorte e consegue tirar dessas
experiências amadurecimento e aprendizado, formam-se pérolas em seu interior
que exaltam aos olhos de quem vê.
Quem aprende com as mazelas também sabe dar mais valor a
vida, as amizades, as conquistas. A palavra sofrimento é definida no pai dos
burros da seguinte forma: dor física; angústia, aflição. Não ter nenhum desses
sentimentos ao longo do viver é simplesmente existir. E apenas existir é muito
triste.
A vida não é feita apenas de sofrimento, mas eles são inevitáveis
e com eles valorizamos todo o resto. Aprenda a produzir pérolas e não se
assuste se começarem a dizer que você está cada dia mais bonito(a).
"Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim."
Proust