Ontem à noite, mais uma vez, constatei que ser mãe é padecer no paraíso e que o Otávio é eternamente a pedra que cutuca o sapato da minha vida. "Nossa, falar assim do próprio filho", dirão os moralistas. Sim, eu falo assim porque sou mãe de verdade, com todos os altos, baixos, alegrias e felicidades, tá?!
"Otávio, não vai pra lá, fica aqui com a gente". Ele chorou, resmungou e prometeu que não ia subir no canteiro do Mercado Municipal. Como bem disse o Divaldo, eu acreditei na mentira dele e ele não acreditou na minha verdade de que era perigoso e de que se ele fosse não iríamos na Hi Happy.
Foi, caiu, se machucou. Resultado, hospital, anestesia no queixo e três pontos. "mãe, segura os braços e o pai a cabeça", disse a médica. Como mãe que sou respondi: doutora, isso só vai ser possível se eu subir em cima dele. E fui eu pra cima da maca segurar ele com a força do meu corpo.
Tudo em ordem, dispensa da escola, barriga roncando, voltamos pro mercado. E vai o Otávio, de novo subir no canteiro. "Otávio, desce daí, você quer se machucar de novo?". "Não vou me machucar mãe".
Mãe é mãe, e filho, ahn, os filhos...