quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O que eu sei do amor II

Disse uma vez que eu não nasci para amar, nasci para ser amada. Como tudo que a gente fala na vida paguei a língua e cuspi pra cima. O bichinho do amor me mordeu em 2012 e aí, como uma viciada me entreguei aos prazeres e dores do amor.

Amor e sofrimento deveriam ser sinônimos. Quem ama de verdade sabe que essa é uma afirmativa que resume o sentimento. Carlos Drummond de Andrade disse que se você sabe explicar o que sente então não é amor. Exatamente, quando se ama não se sabe o porquê. A angústia e o sofrimento não começam aí? Não sei explicar o que sinto e porque o sinto, mas é forte, intenso e viciante.

Recentemente li um livro de auto ajuda (sim, eu li “Amar de olhos abertos” – Jorge Bucay e Silvia Salinas ) que dizia que não podemos esperar do outro. Os relacionamento não dão certo, pois depositamos no parceiro nossas expectativas e não se deve, jamais, esperar nada de ninguém. A Rosana Braga disse nesse artigo (o melhor de todos que fala de amor) que amar é para quem tem coragem. É isso aí, a Rosana sabe das coisas, mesmo que às vezes eu não concorde com a história de almas gêmeas.

Nesse mesmo texto ela fala que temos a opção de não amar. Pode isso? Não, não temos essa opção, o que temos é a opção de não se entregar. Tranca o sentimento no fundo do coração e vai tentar ser feliz. Por que amar é pra quem tem coragem. Mais que isso, amar é para poucos. Sou petulante o suficiente para dizer que conheci poucas pessoas que amaram de verdade. O amor sem explicação, o amor que nos transforma.

Sim, porque quem ama de verdade passa por transformações. Por amor você muda constantemente de opinião, posição e etc, mas sem perder a essência. “O amor talvez seja uma coisa que até nem sei”, a Ana Carolina canta e é perfeito.

Sem querer plagiar a Rosana nesse mesmo artigo, faço minhas suas palavras de que amar é colocar-se em risco. Não há garantias de ganhos, mas total certeza de perdas. Na melhor das hipóteses perda de noites de sono e perda de água escorrendo pelos olhos. Quem ama de verdade não pensa com a razão, taí a certeza de que o risco é certo e tem que ter muita, mas muita coragem para arriscar/amar.

A Marisa Monte canta que “amar alguém só pode fazer bem”, ela tem toda razão, mesmo com os malefícios que o amor nos trás. Aqui uso as palavras de Paulo Mendes Campos para Maria da Graça no texto “o sentido, o humor e a dor“. Ele diz com muita sabedoria que a dor tem seu feitiço e que este se vira contra o enfeitiçado. Quando amamos de verdade não sabemos o porque e a dor desse sentimento tão lacerante é também viciante.

O que eu sei do amor é que ele é mau, mas também muito bom. Que ele entristece, mas permite momentos de plena felicidade. O amor é cruel, mas proporciona força. O amor é capaz de nos fazer acreditar que podemos conquistar o mundo, fazer tudo o que sonhamos, mas também é capaz de nos diminuir a ponto de em pequenos momentos querer que a vida acabe.

O amor acontece, mas pra vivê-lo é preciso ter coragem!